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    O MySQL nasceu em 1995 como uma solução simples para gerenciamento de bancos de dados, voltada principalmente para uso pessoal. Mas o cenário mudou rápido. Com seu código aberto e facilidade de integração, ele logo conquistou espaço no mundo corporativo e se tornou um dos bancos de dados mais populares do mercado.

    A virada começou em 2008, quando a Sun Microsystems comprou o MySQL. Um ano depois, a Oracle assumiu o controle, e nem todo mundo gostou da ideia. Preocupados com o futuro do software sob a nova gestão, muitos dos desenvolvedores originais decidiram seguir outro caminho. Assim, em 2009, nasceu o MariaDB, um fork do MySQL que manteve a filosofia open source e trouxe algumas inovações próprias.

    Desde então, o MariaDB foi crescendo e ganhando espaço. Mas será que ele ainda supera o MySQL? Vamos comparar as diferenças e entender qual é a melhor escolha em 2025. 

    1. Transparência e participação no desenvolvimento

    A grande diferença entre os dois bancos de dados está na forma como as decisões são tomadas. O MySQL, sob controle da Oracle, tem um desenvolvimento mais fechado, onde muitas mudanças importantes ficam restritas à versão paga (Enterprise Edition).

    Já o MariaDB segue um modelo 100% aberto, onde todas as atualizações, correções e novos recursos são discutidos publicamente. O projeto mantém um Public Bug Tracker, permitindo que qualquer pessoa acompanhe e participe das decisões.

    Isso também impacta a velocidade de evolução. Enquanto o MySQL depende do cronograma da Oracle, o MariaDB recebe contribuições frequentes da comunidade, o que muitas vezes resulta em novos recursos chegando primeiro.

    Se o critério for transparência e liberdade de personalização, o MariaDB sai na frente.

    2. Segurança e atualizações

    A segurança de um banco de dados depende não apenas da robustez da plataforma, mas também da rapidez e transparência na correção de vulnerabilidades.

    O MySQL, sob gestão da Oracle, segue um ciclo de atualizações trimestral para versões estáveis (GA - General Availability). No entanto, a empresa nem sempre divulga detalhes completos das vulnerabilidades corrigidas, o que pode dificultar auditorias de segurança. Além disso, há diferenças entre a versão Community Edition (gratuita) e a Enterprise Edition (paga), fazendo com que algumas correções mais avançadas fiquem restritas ao modelo comercial.

    Já o MariaDB adota um modelo mais ágil e transparente, lançando atualizações de segurança com maior frequência. Cada nova versão traz um histórico detalhado das vulnerabilidades corrigidas, incluindo listas de CVEs e documentação aberta para que as equipes de TI possam agir rapidamente.

    Se a prioridade for tempo de resposta e transparência na segurança, o MariaDB se destaca como uma alternativa mais confiável.

    3. Compatibilidade com sistemas legados

    Se a prioridade for integração com sistemas antigos, o MySQL ainda é a escolha mais segura. Como a Oracle mantém total controle sobre seu desenvolvimento, o banco de dados continua seguindo um caminho previsível, garantindo compatibilidade com versões anteriores e facilidade na migração para novas edições sem grandes mudanças estruturais.

    O MariaDB, apesar de ser um fork do MySQL, vem se distanciando cada vez mais. A partir da versão 10.x, algumas funções foram otimizadas ou substituídas, o que pode causar incompatibilidades com aplicações mais antigas. Para empresas que dependem de sistemas legados e não querem lidar com ajustes técnicos, isso pode ser um problema.

    Se a necessidade for migração transparente e mínima adaptação de código, o MySQL leva vantagem. No entanto, para quem busca recursos mais modernos e flexibilidade, o MariaDB pode ser a melhor aposta a longo prazo.

    4. Desempenho em diferentes cenários

    Se a prioridade for velocidade e eficiência, a escolha entre MariaDB e MySQL vai depender do tipo de carga de trabalho. Cada um se destaca em diferentes cenários de uso.

    Testes de benchmark mostram que o MariaDB pode ser 13% a 36% mais rápido que o MySQL em determinadas cargas, especialmente em consultas complexas e replicação. Ele também gerencia múltiplas conexões simultâneas com mais eficiência, o que faz diferença para sistemas que lidam com alto volume de transações concorrentes.

    Já o MySQL 8.0 trouxe melhorias significativas no InnoDB, tornando-o mais eficiente para cargas de leitura pesada. Isso faz do MySQL uma escolha sólida para aplicações como sistemas de relatórios, e-commerces e aplicações que fazem mais leitura do que escrita, garantindo respostas rápidas mesmo com grandes volumes de dados.

    Se o foco for um banco de dados que prioriza leitura e otimização de consultas, o MySQL pode ser a melhor opção. Já para quem precisa de mais escalabilidade em alta concorrência e replicação eficiente, o MariaDB se destaca.

    5. Licenciamento e uso comercial

    Tanto o MySQL quanto o MariaDB são sistemas de gerenciamento de banco de dados open source, mas existem diferenças importantes em seus modelos de licenciamento que podem impactar o uso comercial.

    O MySQL disponibiliza a versão gratuita Community Edition sob a licença GPL. Essa versão pode ser utilizada comercialmente, desde que você cumpra os termos da GPL, o que implica que qualquer software que integre diretamente com o MySQL e seja distribuído também deve ser licenciado sob GPL. Para empresas que desejam incorporar o MySQL em aplicações proprietárias sem abrir o código-fonte, a Oracle oferece a Enterprise Edition com uma licença comercial.

    O MariaDB é totalmente gratuito e licenciado sob a GPLv2 para o servidor e LGPL para as bibliotecas cliente. Isso significa que você pode usá-lo em projetos comerciais sem custos, desde que respeite os termos da GPL. Além disso, o MariaDB mantém um desenvolvimento aberto e aceita contribuições da comunidade, facilitando a inclusão de novos recursos e melhorias.

    Em resumo, se você busca uma solução de banco de dados gratuita e flexível para uso comercial, o MariaDB oferece uma alternativa robusta sem as restrições associadas às licenças comerciais

    6. Suporte por provedores de nuvem

    Para quem busca um banco de dados pronto para rodar na nuvem, a compatibilidade com plataformas de cloud é essencial. O MySQL se destaca por estar amplamente disponível em serviços gerenciados, oferecendo suporte nativo em diversas infraestruturas globais.

    Além de estar integrado a soluções gerenciadas, o banco também conta com otimizações específicas para escalabilidade, backup automatizado e alta disponibilidade, garantindo um desempenho consistente em ambientes distribuídos.

    Já o MariaDB também está presente em diversas plataformas, mas com menos opções otimizadas diretamente pelos provedores. Ainda assim, ele oferece flexibilidade para implementação em infraestrutura própria e conta com soluções dedicadas para ambientes em nuvem.

    Se a prioridade for um banco de dados com maior suporte nativo nos principais provedores de cloud, o MySQL é a escolha mais consolidada. Para quem busca mais controle e flexibilidade, o MariaDB pode ser uma alternativa interessante.

    7. Replicação e alta disponibilidade

    Manter seus dados sempre disponíveis é crucial, e a forma como cada sistema lida com replicação e alta disponibilidade pode fazer toda a diferença.

    MySQL: Tradicionalmente, utiliza replicação assíncrona unidirecional, onde um servidor atua como master e os demais como slaves. Nesse modelo, as alterações feitas no master são propagadas para os slaves, mas há um atraso natural, o que pode resultar em discrepâncias temporárias entre os servidores.

    MariaDB: Vai além ao integrar o Galera Cluster, oferecendo replicação síncrona multi-master. Isso significa que todos os nós podem receber gravações simultaneamente, e as alterações são replicadas em tempo real para todos os outros nós. Essa abordagem garante que todos os servidores estejam sempre em sincronia, proporcionando alta disponibilidade e tolerância a falhas.

    Vantagens do Galera Cluster no MariaDB:

    • Replicação síncrona: As transações são confirmadas em todos os nós antes de serem concluídas, garantindo consistência dos dados.

    • Multi-master: Qualquer nó pode aceitar leituras e escritas, oferecendo flexibilidade e distribuição de carga.

    • Alta disponibilidade: Em caso de falha de um nó, os outros continuam operando sem interrupções.

    Além disso, o MariaDB permite configurar replicação assíncrona tradicional em conjunto com o Galera Cluster, oferecendo opções híbridas para diferentes necessidades.

    Se a prioridade é manter seus dados sempre disponíveis e consistentes, o MariaDB com Galera Cluster oferece uma solução robusta e eficiente.

    8. Recursos avançados

    Tanto o MariaDB quanto o MySQL evoluíram bastante nos últimos anos, trazendo novas funcionalidades para melhorar o desempenho e a escalabilidade. Mas há diferenças importantes entre eles.

    Execução paralela de consultas

    • MariaDB: Suporta paralelismo em replicação, permitindo que consultas executadas no servidor principal sejam distribuídas de forma mais eficiente para os servidores secundários. Isso reduz a latência e melhora o desempenho em bancos com alta carga de leitura.
    • MySQL: Introduziu melhorias na otimização de consultas na versão 8.0, incluindo índices invisíveis, histogramas e aprimoramentos no InnoDB, que ajudam a melhorar a execução de consultas complexas.

    Thread Pooling

    • MariaDB: Implementa thread pooling na edição comunitária, permitindo que múltiplas conexões compartilhem threads, reduzindo o uso excessivo de recursos e aumentando a eficiência em cargas pesadas.
    • MySQL: Também oferece thread pooling, mas esse recurso está disponível apenas na Enterprise Edition (versão paga). Na edição comunitária, conexões simultâneas podem sobrecarregar o servidor mais rapidamente.

    Mecanismos de armazenamento

    • MariaDB: Conta com mais opções, incluindo Aria, ColumnStore, MyRocks e Spider, dando maior flexibilidade para diferentes tipos de workloads.
    • MySQL: Tem um conjunto mais limitado, sendo o InnoDB o mais utilizado para transações e MyISAM para cargas mais leves.

    Se a prioridade for recursos avançados sem restrições comerciais, o MariaDB oferece mais opções. Já para quem precisa de um banco de dados otimizado e integrado a soluções da Oracle, o MySQL pode ser a melhor escolha, especialmente na versão Enterprise.

    9. Gestão de bugs e falhas

    A estabilidade de um banco de dados depende diretamente da forma como bugs e falhas são tratados. MariaDB e MySQL adotam abordagens diferentes nesse aspecto, o que pode impactar a confiabilidade no longo prazo.

    O MariaDB segue um modelo de testes rigorosos e frequentes, com validações em diferentes sistemas operacionais e processadores. Esse processo reduz o risco de falhas inesperadas e melhora a compatibilidade. Além disso, cada atualização vem acompanhada de uma lista detalhada de bugs corrigidos, facilitando auditorias e a implementação de patches críticos.

    Já o MySQL, por ser mantido pela Oracle, tem um processo de correção de falhas mais centralizado. As atualizações incluem melhorias, mas nem sempre há uma divulgação clara sobre quais vulnerabilidades foram corrigidas na versão Community Edition. Isso pode ser um problema para quem precisa de mais previsibilidade e controle sobre a segurança do banco.

    Se a prioridade for transparência na correção de falhas e menor risco de bugs impactarem a operação, o MariaDB oferece uma abordagem mais confiável.

    Conclusão: qual escolher em 2025?

    A disputa entre MySQL e MariaDB não tem um vencedor absoluto – a escolha ideal depende das necessidades do seu projeto.

    Se a prioridade for compatibilidade com sistemas legados, suporte por provedores de nuvem e um banco de dados amplamente consolidado no mercado, o MySQL pode ser a melhor opção. Sua integração com grandes infraestruturas de cloud e estabilidade nas atualizações garantem um caminho mais previsível para empresas que já dependem dele.

    Por outro lado, se o foco for mais controle, inovação sem restrições comerciais e recursos avançados, o MariaDB se destaca. Ele oferece mais liberdade no desenvolvimento, suporte nativo a tecnologias modernas como vetores e machine learning, além de um modelo de segurança mais transparente.

    No fim, a decisão passa por um equilíbrio entre estabilidade e previsibilidade (MySQL) ou flexibilidade e inovação (MariaDB). Avalie suas demandas e escolha o banco que melhor atende ao seu cenário.

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