A versão inicial do MySQL foi lançada em 1995. Naquela época, era destinado mais para o uso pessoal. No entanto, logo ganhou importância no mundo corporativo devido às vantagens que oferecia na formação e no gerenciamento de bancos de dados. Hoje, ele tem um código aberto e conta com diversos profissionais em todo o mundo colaborando para o seu desenvolvimento, o que o tornou popular.
No entanto, a história começa a mudar a partir de 2008, quando a Sun Microsystem comprou o MySQL. E, um ano depois, quando a Oracle arrematou a empresa, assumindo o controle total do software. A maioria dos desenvolvedores originais não gostou da gestão aplicada pela Oracle e, diante das incertezas, dividiram-se, criando o MariaDB ainda em 2009.
Lentamente, o MariaDB foi conquistando adeptos e substituindo o tradicional MySQL. Mas você sabe por que isso aconteceu? Descubra, a partir de agora, os principais motivos que tornam a migração do MySQL para o MariaDB uma boa alternativa!
1. Permite maior transparência e participação no desenvolvimento
Assim como o MySQL, o MariaDB também foi constituído para ser um software open source e colaborativo. Porém, nesse novo modelo, existe mais clareza quanto ao fluxo de patches adicionados. Cada decisão relacionada ao desenvolvimento fica exposta em uma lista para revisão que pode ser discutida publicamente no Public Bug Tracker.
Ou seja, é mais fácil contribuir para a evolução do software e toda a colaboração fica melhor visível no repositório de códigos da aplicação. Mesmo que as estatísticas do Github ainda demonstrem um número maior de colaboradores no MySQL, a participação dos desenvolvedores é bem mais ativa no MariaDB, principalmente em relação à documentação e à distribuição.
2. Entrega atualizações de segurança constantes
A Oracle, detentora dos direitos do MySQL, mantém uma política de liberação para novas versões de seus produtos somente a cada 3 meses. Porém, com o MySQL, isso é diferente e, de 2 em 2 meses, é liberada uma nova versão.
Mesmo assim, é demorado e, em muitos casos, as atualizações de segurança podem não ser sincronizadas. Para piorar, as notificações de lançamento não contam com uma lista de números de CVE (identificadores de vulnerabilidade).
O MariaDB, por outro lado, segue as melhores práticas do mercado, liberando informações e patches de atualizações de segurança com maior frequência, de maneira integrada e com uma lista de identificadores CVE disponível.
3. Proporciona mais e melhores recursos
Na versão 5.7 do MySQL, é possível observar o lançamento de novas funcionalidades, como o Geographic Information System (GIS). Porém, o MariaDB anda na frente, disponibilizando mais recursos nos últimos anos do que o MySQL.
Os lançamentos são realizados de forma antecipada, mas, nem por isso, deixam de receber uma revisão mais profunda antes da publicação. Isso faz do MariaDB a melhor opção quando se trata de recursos mais avançados e de um menor índice de falhas (bugs).
4. Oferece melhor desempenho
Em comparação com o MySQL, o MariaDB tem um método de busca e consulta otimizado, aumentando o desempenho entregue aos usuários. Por meio de alguns benchmarks, é possível atestar a velocidade, que é bem maior no MariaDB.
Por exemplo: ao migrar o banco de dados do MySQL para o MariaDB, o usuário poderá se beneficiar de uma melhora do desempenho que varia entre 3% e 5%. Pode parecer pouco agora, mas fará uma diferença enorme quando um software do tipo BI (Business Intelligence) realizar as consultas.
5. É totalmente gratuito
O MySQL tem código-fonte open source. Apesar de o fabricante oferecer uma versão gratuita do software — Community Edition —, ela não pode ser utilizada comercialmente. Dessa forma, somente as versões pagas podem ter o uso comercial.
Já o MariaDB é um software livre, com código-fonte aberto, ou seja, é totalmente gratuito. A grande vantagem desse modelo é que ele aceita com mais facilidade as contribuições dos colaboradores, o que facilita a inclusão de novos recursos.
6. É altamente compatível com o MySQL
A migração do MySQL para o MariaDB pode ser feita sem grandes transtornos. Os dois trabalham com os mesmos tipos de dados e a mesma linguagem PL/SQL (Procedural Language/Structured Query Language). Isso significa que os comandos em SQL são idênticos nos dois bancos de dados.
Além disso, os protocolos, as estruturas e as interfaces (APIs — Application Programming Interface) também são compatíveis, o que permite a fácil interligação com aplicativos e ferramentas de interfaces de banco de dados, como ODBC. Os dois utilizam o mesmo sistema de gerenciamento de banco de dados, ou seja, o modelo de dados relacional.
7. Faz a replicação de dados entre servidores
A replicação é uma funcionalidade extremamente importante para manter a alta disponibilidade, pois possibilita a cópia automática dos dados do servidor master para o slave. Esse recurso também é essencial para garantir a alta performance, pois permite um grande número de solicitações ao banco simultaneamente.
No MySQL, a replicação funciona de forma assíncrona unidirecional, o que significa que um servidor atua como master, e os outros, como slaves. Já o MariaDB utiliza o Galera Replication Plugin para gerenciar a replicação de dados. Trata-se de uma ferramenta multi-mestre com suporte à replicação síncrona, ou seja, nos dois sentidos.
Essa funcionalidade possibilita o fornecimento de várias cópias atualizadas dos dados, o que é interessante caso ocorra a falha do sistema e para garantir que não haja perda de transações. Outra característica do MariaDB é que ele permite fazer a replicação a partir de um banco de dados MySQL. Já ao contrário, não há essa possibilidade.
8. Tem recursos mais avançados
O MariaDB apresenta recursos avançados, como a execução paralela de consultas. O recurso permite que consultas executadas no servidor mestre sejam replicadas no slave, o que possibilita uma maior agilidade nesse processo.
Outro recurso disponível no MariaDB é o conceito de Thread Pooling. A princípio, quando eram necessárias várias conexões para um banco de dados, abria-se um segmento para cada conexão.
O pool de threads elimina esse problema, já que sempre que houver a necessidade de conexão, a aplicação pode pegar um thread no pool, o que agiliza o processo de consulta ao banco. No MySQL, esse recurso só está disponível na edição Enterprise, que é paga.
9. Apresenta uma menor quantidade de bugs e falhas
O MariaDB conta com uma extensa comunidade de desenvolvedores. Por essa razão, o software está constantemente em desenvolvimento, o que faz com que haja um maior número de testes do sistema e eliminação de bugs ou falhas.
Todos os testes são feitos com base em diferentes tipos de configurações, de modo a simular as mais variadas combinações, tanto de sistema operacional quanto de processador, o que contribui para a identificação de problemas.
Além dos testes funcionais, os desenvolvedores fazem testes comparativos com o MySQL com o objetivo de aprimorar os recursos e desenvolver novas funcionalidades para superar cada vez mais o adversário.
Devido à vantagem competitiva em relação ao MySQL, o MariaDB vem conquistando, cada vez mais, a preferência dos desenvolvedores. Afinal, todos os benefícios podem ser traduzidos em melhores resultados para a equipe de TI das empresas.
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