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Firewall ou WAF? Entenda quando cada um protege sua aplicação

Escrito por Redação EVEO | Nov 17, 2025 6:26:37 PM

A discussão sobre firewall e WAF aparece cada vez mais nas conversas entre equipes de infraestrutura, principalmente quando a empresa começa a expor aplicações, abrir APIs e rodar tudo em ambientes híbridos. De repente, a segurança que parecia resolvida na borda já não cobre mais o que realmente importa.

E aí surgem as dúvidas: o firewall dá conta? O WAF substitui algo? Precisa dos dois? O curioso é que muita gente já usa os dois recursos no dia a dia sem perceber onde cada um atua de verdade. Antes de mergulhar na diferença entre eles, vale dar alguns passos atrás e entender por que essa discussão virou tão crítica para operações modernas.

O que é firewall ? 

O firewall funciona como um filtro entre redes, controlando quem pode entrar e quem pode sair. Ele analisa portas, protocolos e pacotes de dados para permitir ou bloquear conexões de acordo com regras definidas. Em termos simples, ele garante que apenas tráfego autorizado circule dentro da infraestrutura, impedindo acessos externos indevidos ou movimentos internos que não deveriam acontecer.

Ele não interpreta a lógica da aplicação, mas protege a base da rede: segmenta ambientes, evita exposição desnecessária e reduz a superfície de ataque ao limitar o que realmente precisa estar acessível.

Mas, com a expansão de infra distribuída, nuvem privada e serviços externos conectados à operação interna, o conceito clássico de perímetro virou praticamente uma ficção científica. Hoje, tudo é mais dinâmico. A empresa sobe novas VMs, conecta filiais por VPN, cria clusters e abre microserviços que conversam entre si. E aí o firewall continua essencial, só que limitado: ele vê o movimento, não vê o conteúdo.

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Por que o WAF ganhou tanta importância no cenário atual?

O WAF surgiu justamente para preencher essa lacuna. Ele protege aplicações web olhando aquilo que o firewall não vê: a intenção por trás das requisições. Em vez de verificar só se alguém acessou a porta 443, ele analisa o que veio dentro dessa conexão.

Pensa em uma API que recebe dados sensíveis. Para o firewall, tudo passa como “tráfego HTTPS normal”. Já o WAF lê os parâmetros, identifica padrões suspeitos, compara com assinaturas de ataques e interrompe o fluxo antes que o dano ocorra. SQL injection, XSS, ataques contra APIs REST e GraphQL, exploração de endpoints com validação fraca… é nesse território que o WAF atua.

E vale observar um detalhe prático: hoje, boa parte dos ataques bem-sucedidos não vem de portas exóticas ou tráfego diferente. Eles chegam exatamente pelo caminho certo, disfarçados de requisições “corretas”. É quase irônico: quanto mais legítima a requisição parece, mais perigosa ela pode ser. O WAF existe porque o firewall, por mais avançado que seja, não nasceu para interpretar lógica de aplicação.

Como essa diferença se traduz em situações reais?

Para quem opera infraestrutura, as distinções aparecem no dia a dia. Pense em uma aplicação de e-commerce recebendo milhares de requisições por minuto. O firewall filtra endereços suspeitos, limita portas e bloqueia tráfego não autorizado. Ótimo. Mas o atacante pode simplesmente enviar uma solicitação perfeitamente válida na porta 443, com um payload malicioso que tenta manipular o backend. O firewall abre caminho, o WAF é mais assertivo.

Outro exemplo real: APIs internas que foram expandidas para integrações externas. Elas funcionam lindamente, mas sem WAF podem virar portas de entrada para ataques do tipo “mass assignment”, abuso de métodos HTTP ou exploração de parâmetros pouco documentados. Em ambientes de nuvem privada, onde muitos serviços são criados rapidamente, isso é especialmente crítico. A superfície não cresce só em largura, cresce em complexidade.

O que mudou com cloud privada, infraestrutura híbrida e ambientes altamente conectados?

A transição para ambientes híbridos e privados acelerou a fragmentação da borda. Em vez de uma única fronteira, agora existem várias: entre clusters, entre redes internas e externas, entre APIs públicas e privadas, entre workloads que sobem e descem de acordo com a demanda. A segurança precisa acompanhar esse ritmo.

O firewall continua sendo base para segmentação, controle de tráfego leste-oeste e proteção entre redes. Ele garante previsibilidade, organiza fluxos e impede que acessos descontrolados circulem. Mas, quando a aplicação é exposta, esse controle já não basta. Grande parte dos incidentes recentes nasce exatamente na camada lógica da aplicação.

Segundo a Fortune Business Insights, o mercado de Global Application Firewall (WAF) deve crescer de US$8,60 bilhões em 2025 para US$25,78 bilhões em 2032. E não é coincidência. É demanda real de empresas tentando lidar com APIs expostas, integrações com parceiros e aplicações acessadas por milhares de usuários.

Quando faz sentido priorizar firewall e quando o WAF sobe na lista?

A escolha depende do momento da empresa. Se a infraestrutura está desorganizada, se as redes conversam sem critério, se faltam políticas claras, é natural que o firewall venha primeiro. Ele arruma a base. Mas, quando a operação já depende fortemente de aplicações web, há exposição pública, ou APIs se tornam centrais no negócio, o WAF assume o papel principal.

A lógica é simples: ataques acompanham a evolução da arquitetura. Quando a empresa passa a depender de APIs e serviços distribuídos, o invasor passa também. É um jogo de xadrez. E não adianta criar muros mais altos na borda se a porta principal está desprotegida.

Na operação de cloud privada da EVEO, o desenho de segurança parte justamente dessa visão em camadas. A infraestrutura cresce rápido, e a superfície de ataque cresce junto. Microsserviços se multiplicam, integrações se ampliam, aplicações ganham novos endpoints. A segurança precisa acompanhar a velocidade do negócio, e isso significa unir as duas abordagens: o firewall protegendo a estrutura, o WAF protegendo aquilo que realmente conversa com o usuário, com parceiros e com outras aplicações.