Se você já sentiu o baque de uma aplicação fora do ar em plena operação, sabe que downtime custa caro. O custo médio de uma hora parada em grandes empresas pode chegar a US$ 300 mil a US$ 1 milhão dependendo do setor (Gartner). Em bancos e e-commerces, esse valor pode ser ainda mais alto.
Os números confirmam:
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60% das empresas sem backup estruturado fecham em até 6 meses após perder dados críticos.
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Só 57% dos backups realmente funcionam e apenas 61% das restaurações conseguem recuperar os dados quando testadas.
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Em ataques de ransomware, 68% das empresas conseguem recuperar dados via backup, mas 56% ainda pagam resgate porque não tinham cobertura completa ou processos confiáveis.
É aí que backup e snapshot deixam de ser detalhe técnico. Snapshots oferecem agilidade: registram o estado de um sistema em segundos e permitem voltar atrás quase sem impacto.
Já os backups criam cópias independentes e seguras, protegendo dados mesmo contra falhas graves ou exclusões acidentais.
E como saber se a sua estratégia é realmente suficiente? A resposta começa entendendo o que cada um faz (e onde backup e snapshot se complementam).
Como funciona (ou deveria funcionar) o backup em ambientes de TI
Backup é a clássica cópia de segurança: duplicar dados ou sistemas para outro local, de forma que possam ser restaurados em caso de falha, ataque ou exclusão acidental. Mas em ambientes corporativos, não basta ter cópias, é preciso que elas atendam a critérios claros de confiabilidade.
Um backup funcional deve garantir:
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Integridade dos dados: restaurar sem risco de corrupção ou inconsistência.
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Redundância geográfica: manter cópias em locais distintos, evitando que um incidente único comprometa tudo.
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Definição correta de local e tipo: escolher se o backup será local, em nuvem ou híbrido, e se seguirá modelo completo, incremental ou diferencial, sempre de acordo com a criticidade do sistema.
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Frequência adequada: backups diários ou contínuos para cargas críticas, intervalos maiores apenas onde o risco é aceitável.
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Atendimento a RPO e RTO do negócio: alinhando tempo de recuperação e tolerância à perda de dados com a operação real.
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Segurança e testes regulares: proteger contra acesso indevido e validar periodicamente se a restauração funciona. Ainda assim, 20% das empresas nunca testaram seus backups e acabam descobrindo a falha só no momento da crise.
Sem esses pontos, backup vira apenas armazenamento extra e não uma camada real de proteção para os servidores críticos da empresa.
O que é snapshot e como funciona em servidores
Um snapshot é como tirar uma foto instantânea do servidor em um determinado momento. Ele registra o estado completo da máquina ou da aplicação (incluindo sistema, arquivos e configurações) e permite voltar a esse ponto caso algo dê errado.
Na prática, snapshots são muito usados em ambientes de virtualização. Antes de aplicar uma atualização crítica ou mexer em configurações de risco, o administrador cria um snapshot. Se o sistema falhar, basta um rollback: em minutos, tudo volta exatamente ao estado anterior.
Os usos mais comuns de snapshot em servidores são:
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Rollback rápido: desfazer mudanças que causaram falhas.
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Atualizações seguras: aplicar patches ou upgrades com a possibilidade de reverter se algo quebrar.
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Testes controlados: validar novas versões de software ou alterações de configuração sem comprometer o ambiente de produção.
O grande valor está na recuperação instantânea. Diferente do backup, que pode levar horas para restaurar e depende de cópias externas, o snapshot é imediato, mantendo a percepção de alta disponibilidade.
Mas existem limitações:
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Snapshots não são independentes. Se o servidor físico ou o armazenamento falhar, os snapshots se perdem junto.
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Não substituem o backup, já que não oferecem retenção de longo prazo nem redundância geográfica.
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Mantê-los por muito tempo consome bastante espaço em disco e pode afetar a performance do ambiente.
Em resumo, snapshots funcionam como um ponto de restauração rápido dentro do servidor, mas não devem ser confundidos com cópias de segurança completas. Eles são complemento, não substituto.
Backup vs Snapshot: diferenças essenciais
Na prática, backup e snapshot não competem. Eles cumprem papéis distintos. A tabela abaixo resume os pontos-chave:
Aspecto | Backup | Snapshot |
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Velocidade | Mais lento para criar e restaurar | Instantâneo, rollback em minutos |
Localização | Pode ser local, nuvem ou híbrido | Depende do mesmo storage/servidor |
Retenção | Longo prazo, histórico de semanas/meses | Curto prazo, ideal para testes e mudanças rápidas |
Custo | Maior (armazenamento extra, gestão) | Menor (usa espaço no mesmo disco) |
Objetivo | Recuperação de dados e proteção contra falhas graves | Ponto de restauração rápido em caso de erro |
Casos de uso | Continuidade de operações, compliance, recuperação após falhas críticas | Atualizações, testes, rollback imediato |
Em resumo: snapshots oferecem agilidade, enquanto o backup garante proteção e recuperação de dados em situações mais severas.
Melhores práticas para servidores e data centers
Quando o assunto é backup corporativo e snapshots, algumas práticas fazem diferença entre ter apenas cópias guardadas e ter uma estratégia sólida de proteção:
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Regra 3-2-1: manter pelo menos três cópias dos dados, em dois tipos de mídia diferentes, sendo uma fora do ambiente principal.
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Replicação geográfica: distribuir backups entre data centers ou regiões distintas, reduzindo riscos de falhas físicas ou incidentes locais.
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Automação de backup: agendar rotinas, aplicar políticas de retenção e usar alertas para garantir consistência sem depender de execução manual.
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Snapshots automáticos: configurar pontos de restauração frequentes em ambientes virtuais, facilitando rollback rápido em caso de erro.
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Alta disponibilidade integrada: alinhar backups e snapshots a sistemas redundantes, evitando downtime prolongado.
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Integrações com serviços de continuidade: conectar ferramentas de backup e snapshot a plataformas de disaster recovery ou orquestração, garantindo resposta mais rápida a incidentes.
Essas práticas tornam a estratégia mais resiliente, equilibrando segurança, velocidade e confiabilidade no ambiente de servidores e data centers.
Conclusão: camadas complementares de proteção
No fim das contas, backup e snapshot não disputam espaço. Cada um resolve um problema diferente. Enquanto o snapshot entrega recuperação instantânea e mantém os sistemas disponíveis em mudanças do dia a dia, o backup assegura segurança de dados e proteção contra perdas graves.
A pergunta, então, não é “qual escolher”, mas sim: a sua empresa já está usando os dois de forma integrada? Se a resposta for não, a EVEO pode ajudar a estruturar essa camada extra de proteção com soluções sob medida para servidores críticos e ambientes corporativos.
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