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Servidores com GPU: quando faz sentido investir?

Escrito por Redação EVEO | Jul 17, 2025 3:00:00 AM

Durante o treinamento do GPT-3, a OpenAI estimou que o volume de processamento necessário levaria mais de 300 anos em CPU, mas foi concluído em poucas semanas com aceleração por GPU.

Claro, esse é um caso extremo. Mas mostra como, em certos tipos de carga, a CPU simplesmente não acompanha. À medida que aplicações exigem mais paralelismo e volume de dados, servidores com GPU deixam de ser exceção e passam a ser parte da infraestrutura ideal.

Se os gargalos já viraram rotina, talvez o próximo passo não seja aumentar máquina, mas repensar a arquitetura. Veja se esse é o seu caso:

O que é um servidor com GPU e por que ele existe?

A maioria dos servidores roda bem com CPU. Ela executa tarefas de forma sequencial, núcleo por núcleo, com foco em controle e estabilidade. Mas tem limite. Quando a carga exige paralelismo ou processamento gráfico intenso, começa a faltar fôlego.

É aí que entra a GPU, sigla para Graphics Processing Unit. Criada inicialmente para lidar com gráficos, ela se tornou essencial também em tarefas que exigem alta capacidade de processamento paralelo. 

Além da arquitetura com milhares de núcleos menores, o que realmente diferencia a GPU da CPU é a forma como ela acessa a memória. Enquanto a CPU é otimizada para acessar pequenas quantidades de dados rapidamente (baixa latência), a GPU é otimizada para movimentar grandes volumes de dados de uma só vez (alta largura de banda).

Essa diferença torna a GPU muito mais eficiente em tarefas que exigem grande volume de leitura e escrita na memória, como o treinamento de modelos de IA. Mesmo com latência mais alta, a GPU executa milhares de threads em paralelo, o que compensa essa espera e mantém o fluxo de dados constante.

Leia também: Servidor Dedicado GPU: o que é e por que sua empresa precisa de um?

É justamente por conta dessa diferença de arquitetura e desempenho que os servidores com GPU passaram a ganhar espaço. Eles surgiram como resposta direta à demanda por ambientes capazes de lidar com volumes massivos de dados, cálculos simultâneos e tarefas onde a CPU sozinha já não dava conta. 

Quando um servidor baseado em CPU não dá mais conta?

A CPU lida bem com tarefas sequenciais e cargas moderadas. Mas em certos cenários, ela se torna um gargalo técnico, mesmo sem falhar.

Existem sinais claros de que isso está acontecendo:

  • Uso de CPU acima de 90% de forma contínua

  • Processos se acumulando em fila, com threads esperando liberação

  • Latência crescente em respostas que antes eram imediatas

  • Queda de desempenho por aquecimento ou limitação térmica

  • Recursos como RAM e rede subutilizados, porque a CPU não acompanha

Esses sintomas aparecem quando a carga exige paralelismo, muito cálculo numérico ou manipulação de grandes volumes de dados. Aumentar o clock ou a quantidade de núcleos pode aliviar no curto prazo. Mas não resolve a limitação estrutural da CPU para esse tipo de processamento.

Nesses casos, a transição para um servidor com GPU deixa de ser uma questão de performance e passa a ser uma necessidade operacional.

O servidor GPU já deveria estar no seu ambiente?

Alguns sinais são sutis no começo, mas se tornam padrão rápido. E o mais comum é a queda de desempenho em tarefas específicas, mesmo em servidores com boa CPU.

Se o tempo de execução de determinados processos cresce de forma desproporcional, ou se há lentidão perceptível mesmo com poucos usuários simultâneos, algo está errado no dimensionamento.

Outro indício claro são picos recorrentes de uso, com CPU batendo 100%, mesmo quando a carga parece “controlada”. Em workloads previsíveis, esse tipo de oscilação constante é sintoma de que a infraestrutura está operando no limite.

Também é comum ver aplicações travando ao processar grandes volumes de dados, mesmo com memória e disco sobrando. Isso costuma acontecer em pipelines de dados, ferramentas analíticas ou sistemas de recomendação com base em eventos em tempo real.

Você provavelmente está nessa zona de alerta se:

  • Scripts ou processos de análise demoram para rodar, mesmo após otimizações

  • A fila de tarefas de renderização não esvazia

  • A infraestrutura exige escalonamento vertical frequente para sustentar o básico

Se esse for o cenário, a CPU já não está sustentando os workloads intensivos. E continuar escalando sem mudar a arquitetura vira desperdício.

Migrar parte da carga para um servidor bare metal com GPU pode reduzir drasticamente o tempo de execução, além de liberar recursos da CPU para o que ela faz melhor.

Esse tipo de setup é especialmente útil em aplicações exigentes, com conjuntos de dados grandes e operação contínua. Com o uso de GPUs integradas, o ganho de performance vem sem precisar alterar toda a estrutura.

O impacto no custo: investimento ou exagero?

Um servidor com GPU pode ter custo inicial mais alto. Mas o que realmente importa é o que ele entrega frente à carga que você precisa rodar.

Em workloads exigentes, manter tudo na CPU sai mais caro com o tempo. Escalar máquinas, lidar com lentidão, travamentos ou longas filas de execução consome mais do que parece.

No médio prazo, isso vira gargalo. No longo prazo, trava a evolução do ambiente e exige upgrades constantes para sustentar o básico.

Com uma estrutura dedicada e bem dimensionada, o cenário muda. O tempo de execução cai, o uso de recursos se equilibra e o sistema responde melhor aos picos. Isso reduz custos indiretos, evita retrabalho e libera a equipe de ajustes manuais o tempo todo.

Nem todo projeto precisa da última geração de GPU. Modelos intermediários já resolvem bem, principalmente quando usados em servidores otimizados para esse tipo de tarefa.

No fim, não se trata só de preço. É sobre parar de perder tempo, reduzir desperdício e preparar o ambiente para crescer com previsibilidade.

No fim, seu servidor precisa acompanhar a carga

Não existe solução única. Cada tipo de servidor tem seu papel, e a escolha certa depende do que você precisa rodar. Se a CPU dá conta, ótimo. Mas quando a performance começa a travar, não adianta insistir na mesma estrutura.

É nesse ponto que o servidor dedicado com GPU faz diferença. Não porque é mais potente por padrão, mas porque foi feito para cargas que exigem alto desempenho em paralelo.

Mais importante que o preço é o equilíbrio entre custo e resultado. Vale mais investir no que resolve do que escalar o que já chegou no limite.

Se você está vendo sinais de gargalo, talvez o problema não seja falta de máquina. Pode ser o modelo errado para a carga certa.

Quer saber se faz sentido para o seu ambiente? Fale com a gente e descubra a configuração ideal para o que você realmente precisa rodar.