Não é uma ferramenta nova. E talvez exatamente por isso muita gente torça o nariz. Só que, curiosamente, ela continua aparecendo em projetos modernos, inclusive em ambientes robustos de servidores dedicados.
Aqui entra um dado importante. Em 2025, análises de mercado indicam que mais de metade dos servidores de hospedagem comercial no mundo ainda operam com cPanel ou soluções compatíveis, especialmente em VPS e servidores dedicados gerenciados (dados consolidados a partir de estudos publicados pela Kinsta e pelo ecossistema cPanel). Isso num cenário onde automação e cloud não param de evoluir.
O motivo é menos técnico do que parece. O cPanel reduz fricção operacional. Ele transforma tarefas recorrentes em rotinas previsíveis. E previsibilidade, para quem gerencia infraestrutura, não é detalhe. É estratégia.
Na prática, o painel evita que times de infraestrutura gastem energia com demandas simples, libera desenvolvedores de dependências desnecessárias e diminui erros operacionais. Não é glamour. É eficiência prática, no sentido real da palavra.
Existe um equívoco comum de associar cPanel apenas a hospedagem compartilhada. Isso ficou no passado. Hoje, o uso mais interessante acontece justamente em servidores dedicados, onde há controle total de recursos e, ao mesmo tempo, necessidade de organização.
Em ambientes dedicados, o cPanel funciona como uma camada de governança operacional. Ele não substitui decisões de arquitetura, nem compete com automação avançada. Ele organiza o dia a dia. Especialmente em cenários com múltiplos sites, aplicações legadas, ambientes híbridos ou times que precisam dividir responsabilidades.
Imagine um servidor dedicado rodando aplicações críticas, portais institucionais e sistemas de parceiros. Gerenciar tudo isso apenas via terminal é possível, claro. Mas nem sempre é a escolha mais inteligente. O cPanel cria limites claros, facilita delegações e reduz dependência de conhecimento ultraespecializado para tarefas rotineiras.
Tá, mas e a cloud? Essa é a pergunta inevitável.
A resposta é que cPanel não concorre com cloud, ele convive com ela. Especialmente em estratégias de cloud privada ou arquiteturas híbridas. Nem todo workload precisa ser efêmero, escalável por minuto ou gerenciado por dezenas de scripts.
Muitos sistemas seguem estáveis por anos, com demandas previsíveis e foco em disponibilidade. Nesses casos, o cPanel funciona como um ponto de controle confiável. Ele não tenta ser invisível. Ele assume que alguém vai operar aquele ambiente e facilita essa operação.
E aqui vale uma provocação. Automatizar tudo só porque é possível nem sempre gera ganho real. Às vezes, só cria mais camadas para manter.
Gestores de TI costumam perceber isso rápido. O cPanel atende bem empresas que valorizam controle, estabilidade e clareza operacional. Times que precisam de visibilidade. Ambientes que não podem parar. Infraestruturas onde erro humano custa caro.
Isso explica por que, mesmo após mudanças de licenciamento e aumento de custos nos últimos anos, o cPanel manteve sua base de usuários. O crescimento contínuo do mercado de servidores dedicados gerenciados em 2024 e 2025 sustentou essa relevância.
Não é apego ao passado. É escolha consciente.
Nem todo cenário pede cPanel. Em ambientes totalmente automatizados, com infraestrutura descartável e pipelines de deploy contínuo, ele pode virar excesso. E tudo bem reconhecer isso.
O erro não está em usar ou não usar o painel. Está em padronizar escolhas sem olhar o contexto. Ferramentas não são dogmas. São respostas a problemas específicos.
Diz que maturidade não é abandonar ferramentas consagradas. É saber onde elas fazem sentido. Arquiteturas modernas não são feitas só de novidade. Elas combinam tecnologias novas com soluções que já provaram seu valor.
Na EVEO, maior empresa de servidores dedicados e referência em private cloud, o cPanel é tratado como o que ele realmente é: uma camada de gestão, não uma limitação técnica. Em ambientes de servidores dedicados e cloud privada, ele aparece como uma opção para clientes que precisam de controle operacional, previsibilidade e suporte especializado.
A diferença não está apenas na ferramenta, mas na infraestrutura por trás. Servidores dedicados de alta performance, arquitetura desenhada para estabilidade e um time que entende quando simplificar é a melhor decisão técnica.
No fim, não se trata de usar cPanel porque sempre foi assim. Trata-se de usar porque, naquele contexto, ele resolve melhor. E infraestrutura bem pensada começa exatamente aí.