Às vezes parece que todo mundo fala de multi-cloud, mas nem sempre fica claro o que isso significa na prática. No fundo, a lógica é simples: em vez de apostar todas as fichas em um único provedor, as empresas passam a operar seus sistemas em dois ou mais ambientes de nuvem ao mesmo tempo. Só que, na vida real, isso vai muito além de combinar logins em plataformas diferentes. A estratégia de multi-cloud nasce de uma necessidade bem concreta: equilibrar desempenho, custos, segurança e flexibilidade sem depender de um único ecossistema. E isso muda muita coisa na maneira como infraestruturas modernas são pensadas.
É curioso ver como esse movimento cresceu rápido. Há alguns anos, multi-cloud era um tema restrito a grandes empresas. Hoje está em todo lugar.
De acordo com o relatório da Orca Security, o 2025 State of Cloud Security Report, 55% das organizações já operam com duas ou mais nuvens. Não é pouco. E faz todo sentido quando a gente observa como ambientes corporativos se tornaram mais complexos, distribuídos e pressionados por velocidade. Ninguém quer ficar preso a uma única tecnologia quando precisa inovar do jeito mais rápido possível.
Como as diferenças entre os tipos de nuvem influenciam uma estratégia multi-cloud?
Antes de falar de multi-cloud, vale encarar uma verdade simples: nem toda nuvem é igual. E entender essas diferenças muda completamente a forma como as empresas desenham suas arquiteturas.
Por exemplo, uma nuvem pública costuma atrair workloads que precisam escalar rápido, pagar só pelo uso e acessar serviços avançados de forma imediata. Algumas empresas a usam como se fosse uma tomada infinita que você liga quando precisa de potência extra.
Já a nuvem privada segue outro caminho. Ela foca previsibilidade, isolamento, controle rígido de governança e performance consistente. É o tipo de ambiente que muita organização usa quando lida com dados sensíveis, requisitos regulatórios ou sistemas legados que não convivem bem com a volatilidade da nuvem pública.
No meio disso tudo, ainda existe o modelo de nuvem híbrida, que tenta fazer o papel de ponte entre os dois mundos. Funciona para empresas que precisam manter parte da infraestrutura local ou privada, mas querem puxar benefícios de serviços públicos conforme a demanda aparece.
Leia também: Entenda de uma vez a diferença entre multicloud e cloud híbrida!
Essas diferenças, que às vezes parecem apenas um detalhe técnico, pesam diretamente na construção de uma estratégia multi-cloud. Não é sobre “ter várias nuvens só para dizer que tem”. É sobre encaixar cada tipo de workload no ambiente em que ele realmente funciona melhor. Bancos de dados extremamente sensíveis podem ficar em privada; pipelines de machine learning podem rodar na pública; sistemas core podem operar em um setup híbrido para manter latência baixa. Isso faz a multi-cloud deixar de ser apenas uma opção e virar um desenho arquitetural intencional, quase como montar um time em que cada jogador tem um papel claro. E, esse entendimento é o que separa ambientes multi-cloud maduros de implementações que só acumulam complexidade sem entregar valor.
Por que tantas empresas passaram a considerar multi-cloud como padrão?
Quem já lidou com aumento inesperado de custos, limitações de serviços ou mudanças de regras de um único provedor sabe bem o peso desse risco. A tal dependência completa, que muita gente chama de lock-in, virou um fantasma constante.
A multi-cloud aparece justamente para equilibrar esse poder e dar mais autonomia para times de infraestrutura. Muitas equipes olham para isso quase como um tipo de seguro operacional. Se uma nuvem tiver instabilidade, outra pode segurar parte ou todo o fluxo. Se uma subir preços, você migra o pedaço que dói mais no orçamento. E essa flexibilidade acaba sendo um ativo estratégico, não só técnico.
O uso combinado de provedores também abre caminho para algo menos falado, mas que pesa muito: a busca pelo melhor serviço para cada tipo de carga. Algumas empresas se apoiam em recursos avançados de IA em um provedor, mas preferem rodar bancos transacionais em outro por questões de latência ou custo. Isso não é luxo. É pragmatismo. Afinal, workloads diferentes pedem infraestruturas diferentes. E tentar encaixar tudo num único fornecedor é como tentar usar o mesmo sapato para correr, trabalhar e ir a um casamento.
Como uma solução multi-cloud funciona na prática?
Aqui entra a parte que muita gente subestima: operar várias nuvens ao mesmo tempo exige uma camada sólida de integração, governança e observabilidade. Sem isso, a estratégia vira um conjunto desconexo de contas espalhadas por aí. O coração de uma boa arquitetura multi-cloud está na capacidade de enxergar tudo como um ecossistema único e coerente.
Ferramentas de gestão multicloud evoluíram muito nos últimos anos. E o crescimento desse mercado mostra o tamanho da necessidade: o setor deve ultrapassar US$ 13 bilhões em 2025. Não é um detalhe. Infraestruturas distribuídas precisam de automação forte, políticas consistentes, segurança homogênea e visibilidade centralizada.
E tem o ponto que quase todo arquiteto cita: rede. Interligar nuvens diferentes com baixa latência, boa largura de banda e rastreabilidade confiável virou quase um novo esporte, os ambientes distribuídos precisam conversar. E bem.
Quais são os desafios de operar multi-cloud?
Existe uma percepção equivocada de que multi-cloud resolve tudo. Não resolve. Ele troca alguns problemas por outros. A gestão fica mais complexa, as equipes precisam dominar mais ferramentas e linguagens, e a dispersão pode aumentar a superfície de ataque. A conta não é tão linear quanto parece. Times de infraestrutura se perdem em detalhes com políticas desalinhadas e custos que correm soltos sem ninguém perceber.
O outro desafio, talvez o mais humano, é a necessidade de cultura. Multi-cloud não funciona sem maturidade. Uma equipe que ainda engatinha em automação vai sofrer dobrado. Uma empresa que não tem controle de custos em um único provedor dificilmente terá em três. E isso é algo que pouca gente comenta. A estratégia é poderosa, mas exige atenção e disciplina.
Quais são os ganhos para quem acerta na estratégia multi-cloud?
Quando a engrenagem funciona, os benefícios aparecem rápido. Empresas conseguem manter a operação de pé mesmo quando um provedor sofre instabilidade. Projetos que antes dependiam de uma única tecnologia passam a combinar o melhor recurso de cada plataforma. Times começam a negociar preços com mais segurança porque não estão amarrados. E a conformidade regulatória se torna mais simples quando a empresa pode escolher onde cada tipo de dado deve ficar.
É comum ver organizações adotando uma combinação curiosa: hospedar sistemas críticos em uma nuvem mais estável, rodar analytics em outra com ferramentas mais avançadas e armazenar dados sensíveis em um ambiente em que a regulamentação local se encaixa melhor. Parece complexo, mas, quando bem orquestrado, tudo fica transparente para o usuário final.
Quais são as tendências do mercado de multi-cloud?
A projeção da Fortune Business Insights mostra um crescimento do setor em até US$ 75 bilhões até 2032. Esse movimento é impulsionado por algo muito simples: nenhuma empresa quer ficar limitada em um cenário em que tecnologia muda o tempo todo. E, sejamos honestos, provedores de nuvem não estão exatamente diminuindo sua complexidade.
O mais interessante é que essa tendência não é só sobre grandes corporações. Pequenas e médias empresas também descobriram que podem usar multi-cloud de forma modular: começam com duas nuvens, integram ferramentas de gestão aos poucos e amplificam conforme o negócio cresce.
Para quem trabalha com infraestrutura, o papel de parceiros especializados nunca foi tão importante. A multi-cloud demanda conhecimento profundo de arquitetura, redes, segurança e performance. A EVEO já atua no coração disso: ambientes híbridos, consultoria técnica, governança e otimização de workloads. E clientes de infraestrutura buscam exatamente isso. Eles querem alguém que ajude a navegar a complexidade, e não mais um provedor empurrando soluções genéricas.
A oportunidade aqui, na maior empresa de servidores dedicados do Brasil e referência em private cloud, é clara. Multi-cloud não é só um "tema do momento". É uma mudança estrutural de como empresas encaram TI. E quem estiver preparado para orientar, integrar e operar esses ambientes acaba assumindo um papel de confiança que vai muito além de servir máquinas.





Deixe um comentário