Segundo um levantamento realizado pela Markets and Markets, empresa de pesquisa norte-americana, o uso do cloud computing no mercado de saúde — em hospitais e clínicas médicas — deve movimentar cerca de US$ 9,5 bilhões até 2020.
Com um crescimento tão expressivo, essa oportunidade não deve ser ignorada. Descubra, a partir de agora, o que é o cloud computing e como ela impacta no segmento de saúde. Boa leitura!
Cloud computing é um ambiente online no qual as empresas, inclusive hospitais e clínicas médicas, podem hospedar toda sua infraestrutura de TI. Dados, informações e sistemas podem migrar para a nuvem e o acesso passa a ser realizado por meio da internet — basta acessar um link por meio do navegador.
Essa estratégia transfere grande parte da responsabilidade pelo gerenciamento da infraestrutura para o provedor do ambiente. Assim, as empresas são capazes de transformar seus datacenters físicos em virtuais, economizando espaço, reduzindo custos e trazendo várias vantagens que permitem otimizar as operações médico-hospitalares.
Conversamos com o médico radiologista Thiago Júlio, Gerente de Open Innovation do Grupo Dasa e Curador de Healthcare no Cubo, que apresentou alguns dos principais benefícios em utilizar os recursos do cloud computing no mercado de saúde. Confira!
O cloud computing ajuda a manter os sistemas e as informações mais acessíveis remotamente — ou seja, é uma ferramenta que otimiza a prestação de serviços. Médicos e enfermeiros ganham acesso ágil a um sistema que estará sempre online e, consequentemente, podem oferecer um melhor atendimento aos pacientes.
Em vez de manter os profissionais de TI ocupados com o gerenciamento da infraestrutura de TI local, eles podem ser remanejados para funções mais ligadas ao core business (atividade-fim), como o desenvolvimento de novas aplicações que facilitem os trabalhos dos médicos. Isso abre portas para a inovação nos hospitais e nas clínicas.
Os hospitais e as clínicas médicas trabalham com informações altamente sigilosas. Assim, a proteção delas deve ser prioridade para agregar privacidade e ética às relações entre médicos e pacientes.
O cloud computing facilita essa estratégia, pois os provedores contam com os melhores profissionais de segurança do mercado e usam as principais ferramentas tecnológicas e metodologias para oferecer sempre uma blindagem de alto nível aos ambientes privados.
Além disso, eles recomendam a melhor forma de acesso e o tipo de nuvem ideal para o nível das informações que serão armazenadas. Na nuvem, tudo fica mais customizável e modular e, portanto, é mais fácil aumentar a privacidade de certos documentos e dados.
Hospitais e consultórios médicos trabalham em um ambiente crítico. Se o servidor local cai e fica apenas dois minutos fora do ar, os impactos são enormes. A tolerância para erros é mínima e a disponibilidade dos dados e sistemas é fundamental para impedir falhas e paralisações nas operações.
Por mais que uma empresa invista em planos de contingência offline, a disponibilidade é um recurso importante e recebe mais investimentos. Nesse caso, o cloud computing é a forma mais eficiente e barata de investir em disponibilidade, pois conta com uma rede de servidores redundantes e backups espalhados por servidores auxiliares.
Segundo Thiago Júlio, os laboratórios e as clínicas de imagem enfrentam problemas com a escalabilidade. O sistema de captura e armazenamento de imagens, como tomografia e ressonância, por exemplo, precisam ser muito robustos, pois os arquivos são pesados — um único exame pode chegar a 1GB.
As empresas de saúde devem considerar que os médicos precisam receber informações de forma ágil e precisa. Por isso, o investimento tem que ser alto em infraestrutura e ter flexibilidade para ampliar a capacidade de armazenamento conforme a demanda aumenta.
Ao manter um data center por conta própria, as clínicas enfrentam um grande desafio. Se não houver investimento suficiente em infraestrutura e o negócio crescer rápido, o data center não conseguirá atender a demanda, exigindo novos investimentos em trocas de equipamentos e freando o desenvolvimento do negócio no processo.
Se o investimento for muito alto, por outro lado, a grande infraestrutura pode ficar cara e a empresa pagar a mais por uma capacidade de TI ociosa, caso demore a atingir os objetivos de crescimento.
A única saída para esse impasse é adotar o cloud computing, pois ele permite dimensionar corretamente a infraestrutura de TI e escalar o negócio de maneira proporcional, pagando apenas pelos recursos utilizados. Com o cloud computing, o negócio precisa de menos dinheiro para operar e pode crescer mais rapidamente.
Uma vantagem importante a ser destacada a respeito dessa ferramenta é o acesso às novas tecnologias. Os provedores de cloud computing buscam trazer, cada vez mais, novos serviços para agregar maior valor aos negócios.
Atualmente, a integração de múltiplos sistemas é um gargalo, pois, na maioria dos casos, as clínicas e hospitais são compostas por várias unidades diferentes e estas contam com sistemas diferentes, tornando difícil a integração das informações.
O hospital Sírio-Libanês, por exemplo, utiliza cerca de 14 sistemas apenas na área de diagnóstico. Empresas que contam com clínicas espalhadas geograficamente costumam ter sistemas diferentes, tornando as tarefas de gerenciamento e de integração das informações entre as unidades um grande desafio.
Mesmo assim, é importante fazer essa integração, pois ela ajuda na comunicação entre os setores. Atualmente, a tecnologia cloud não oferece apenas armazenamento e hospedagem. Ele traz uma série de serviços integrados, como APIs (Application Programming Interface), monitoramento de sistema e outros.
Além disso, "os impactos da nuvem são positivos pois conseguem eliminar os desafios que os serviços de saúde têm em relação ao armazenamento e à manipulação dos dados", afirma Thiago Júlio.
Quando um hospital ou clínica médica decide migrar a infraestrutura de TI para a nuvem, ela não precisa mais investir pesado em aquisições, instalações, atualizações e manutenções de servidores e outros equipamentos.
O espaço utilizado para acomodar o data center pode ser utilizado para outra coisa mais importante e o consumo de energia deve cair consideravelmente — uma vez que não será mais necessário manter os equipamentos de refrigeração ligados constantemente.
Em relação às tendências para o futuro do cloud computing no mercado de saúde, Thiago Júlio afirma que a sua adoção ainda é pequena e que existe resistência, pois o setor de saúde é muito conservador. No entanto, esse cenário deve mudar em breve.
Entre as novidades já implementadas na área, podemos citar o Machine Learning, por exemplo, que permite desenhar soluções e prototipar ideias a preços acessíveis e de maneira ágil no setor medicinal. Ele visa a criação de sistemas inteligentes, capazes de prever faltas de pacientes às consultas marcadas, otimizar e antecipar diagnósticos.
O Blockchain, por sua vez, permite que os registros sejam imutáveis e garante proteção contra fraudes. Isso deve oferecer maior segurança e rapidez aos processos de confirmação de consultas por convênios e transações financeiras.
Agora que você já conhece os principais benefícios do cloud computing no mercado de saúde, não fique fora dessa! Assine a nossa newsletter agora mesmo e esteja sempre por dentro das nossas publicações!