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A próxima crise de TI não é tecnológica, é energética

Escrito por Redação EVEO | Dec 16, 2025 12:40:32 PM

Durante anos, a conversa em infraestrutura girou em torno de performance, latência e escalabilidade. Quantos cores, quanta RAM, qual cloud. Tudo válido. Mas tem uma variável que ficou em segundo plano por tempo demais. Energia disponível.

E não é figura de linguagem. É energia mesmo, elétrica. Aquela que, se faltar, derruba tudo. Servidor não negocia com tomada.

O crescimento de cloud, IA, analytics e workloads intensivos criou um cenário curioso. A tecnologia evoluiu mais rápido do que a capacidade de sustentá-la fisicamente. Hoje, o gargalo não está no software nem no hardware. Está no acesso contínuo a energia confiável.

Segundo a Gartner, o consumo global de energia de data centers deve alcançar 448 TWh em 2025, com expectativa de dobrar até o fim da década. Não é um pico pontual. É uma mudança estrutural.

Demanda contínua virou regra. E isso pressiona grids que nunca foram desenhados para esse tipo de carga.

Leia também: O que é redundância elétrica em data centers?

Data center virou ativo energético?

Na prática, sim.

Projetar infraestrutura hoje exige olhar para energia quase como se fosse um insumo estratégico, no mesmo nível de conectividade ou segurança física. Não dá mais para assumir que “a energia vai estar lá”.

Em alguns mercados, esse choque já é visível. Nos Estados Unidos, por exemplo, operadores de rede vêm alertando que pedidos de conexão de novos data centers superam a capacidade planejada do grid.

Isso gera atrasos, restrições e decisões difíceis. Quem entra primeiro garante capacidade. Quem chega depois, espera. Ou paga mais.

Tá, mas isso é um problema só lá fora?

Não.

No Brasil, o crescimento é acelerado, principalmente com a expansão de cloud privada, edge computing e ambientes híbridos. O ponto crítico aqui não é apenas volume. É qualidade energética. Oscilações, quedas, instabilidade e dependência excessiva de um único fornecedor de energia impactam diretamente SLAs, disponibilidade e custo operacional.

Quem já lidou com falha de UPS em horário crítico sabe do que estamos falando. Energia quase sempre entra tarde na conversa. Primeiro define-se arquitetura, depois escolhe-se o local, e só então alguém pergunta: “isso tudo cabe na capacidade elétrica disponível?”

Às vezes não cabe. Às vezes cabe hoje, mas não amanhã.

E aí surgem decisões emergenciais, contratos mais caros, improvisos técnicos. Nada disso combina com ambientes críticos. Planejamento energético não é algo separado da arquitetura de TI. Ele faz parte dela.

E como a inteligência artificial piora esse cenário?

IA consome energia de um jeito diferente. Não é linear. Treinamento de modelos, inferência em tempo real, uso intensivo de GPU. Tudo isso cria picos altos e constantes.

Segundo estimativas da própria indústria, workloads de IA podem consumir até 10 vezes mais energia do que aplicações corporativas tradicionais para o mesmo volume de dados processados.

Isso muda completamente a lógica de capacidade. Não é só “mais servidores”. É outra curva de consumo. Ignorar isso é assumir risco.

O que gestores de infraestrutura deveriam estar perguntando agora?

Pergunta simples: minha infraestrutura energética escala junto com minha TI? Se a resposta não for um “sim” bem fundamentado, tem algo errado.

Outras perguntas ajudam:

  • A localização do ambiente foi escolhida pensando em energia ou só em conectividade?
  • Existe margem elétrica real para crescer nos próximos três anos
  • O modelo de consumo considera variação de carga e custo energético?

Essas perguntas não são teóricas. Elas definem se o ambiente aguenta crescer sem sustos.

Dá para evitar essa crise?

Dá para mitigar. Mas exige decisão.

Ambientes bem-planejados combinam localização estratégica, capacidade elétrica garantida, redundância real e modelos flexíveis de expansão. Colocation, por exemplo, deixa de ser apenas uma escolha de espaço físico e passa a ser uma decisão energética.

Leia também: Como a localização do data center afeta sua operação?

Outro ponto importante é parar de tratar energia como custo fixo. Ela varia. E vai variar cada vez mais. Quem entende isso antes, negocia melhor, projeta melhor e evita improviso.

A “crise” ainda não aparece como blackout generalizado de data centers. Aparece como atraso de projetos, custo inesperado, limitação de crescimento e decisões técnicas forçadas.

E isso, para quem vive infraestrutura, já é crise suficiente.

A pergunta não é se a energia vai virar um problema central da TI. Ela já virou. A pergunta real é quem vai se preparar antes que isso vire uma emergência operacional.

Pensar infraestrutura sem pensar energia, hoje, é como montar um data center sem rede. Funciona no papel. Na prática, não sustenta.

Conheça a EVEO!

Ao operar infraestrutura própria e ambientes de cloud privada e colocation pensados desde a origem para alta densidade, disponibilidade e crescimento contínuo, a EVEO, a maior empresa de servidores dedicados e referência em cloud, parte do princípio de que tecnologia só funciona quando a base física acompanha.

Com data centers tier III, energia não é um detalhe operacional, é um pilar de projeto. Por isso, as decisões de arquitetura consideram capacidade elétrica, redundância real e previsibilidade de expansão, sem improviso quando a demanda aumenta.